Trabalhar com comida é enfrentar a vida e a morte, a presença e a ausência. O ódio e o amor, a tristeza e a alegria, o sofrimento e o prazer. Leonardo era o nome do meu avô, cuja memória culinária ainda rescende como se estivesse entrando na copa da casa dele as quatro horas da tarde: café com leite e pão caseiro com manteiga. A primeira vez que comi uma língua com ervilhar e purê de batatas foi no restaurante Iguaçu Emiliano, a convite dele. Mas a lembrança que resiste é a da comida libanesa que o vô gostava. Sempre em busca do charuto de folha de parreira perfeito, a lembrança dele foi imediata quando me deparei com as tais folhas.
Depois da bateria de comidas de brimo de ontem, fiz chich barak, que é uma sopa de coalhada com capeletti recheado com carne de cordeiro e cominho (que talhou por causa do calor), falafel, coalhada seca, pão de trigo para quibe, tudo isso coroado com charutos de folha de parreira e como sobremesa, mamul de pistache e de tâmaras. Parece que estava cozinhando para o meu avô e em todos os momentos sua presença foi honrada com uma boa comida, que ao final, tal como num banquete, foi compartilhada com os colegas de praça Gustavo, a Cristiana e o Luiz. Valeu galera!
|
Fábio e Priscilla no mise-en-place |
|
Folhas de parreira |
|
Charutos de folha de parreira |
|
Em primeiro plano falafel e em segndo plano charutos de folhas de parreira |
|
Jermache |
|
Mamoul |
|
Chich Barak talhado, ops. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário