sexta-feira, 29 de julho de 2011

Baixa Gastronomia na Folha de São Paulo

Transcrevo aqui o texto que o André Barcinski publicou na Folha de São Paulo sobre o Mapa da Baixa Gastronomia, criado pelo Guilherme Caldas, que aliás está de parabéns pela iniciativa.



O FAMINTO Comida sem frescura

ANDRÉ BARCINSKI

Ativismo ogro


Cinto de segurança no balcão? Isso é novidade! Será uma precaução contra possíveis efeitos colaterais?


No início deste ano, publiquei em meu blog (folha.com/andrebarcinski) um "Guia da Culinária Ogra", sugerindo alguns requisitos para que um restaurante pudesse ser considerado um legítimo representante da baixa gastronomia. Veja em http://alturl.com/ubp3r.

O resultado foi surpreendente: ogros de todo o Brasil escreveram, sugerindo seus locais preferidos e descrevendo bistecas monstruosas, sanduíches que transbordavam do pão e toda sorte de barbaridades de dar água na boca.
Mas ninguém levou o assunto tão a sério quanto os companheiros ogros de Curitiba, cidade com larga tradição de colesterol.

Eles fizeram seu próprio guia, indicando, no Google Maps, cerca de 70 locais onde se pode comer bem e barato na cidade. Confira em http://alturl.com/qeugm, é sensacional. Quem dera todas as cidades tivessem um guia desses.

Há uma descrição para cada local. O Bar Martelo (rua Conselheiro Dantas, 611), por exemplo, é descrito como "uma das melhores empadas da cidade, num boteco que possui, entre suas modernas instalações, simpáticos cintos de segurança disponíveis no balcão".  Uau! Cinto de segurança no balcão? Isso é novidade. Será uma precaução contra possíveis efeitos colaterais? De qualquer forma, só isso já vale a visita.

Chama a atenção também a descrição do restaurante Imperial da China (rua Fernando Amaro, 508): "Um lugar que traz no cardápio as opções 'macarrão frito' e 'macarrão bem frito' dispensa mais comentários". Concordo.
E que tal um sanduíche chamado "cheese-montanha" e que tem, entre seus ingredientes, um rissole? Isso mesmo: sanduíche de rissole!

É a especialidade da Lanchonete Montesquieu (rua Des Westphalen, 918), local batizado em homenagem ao filósofo e político francês que, claramente antecipando em três séculos o acepipe de rissole, declarou: "Recebemos três educações diferentes: a dos nossos pais, a dos nossos mestres e a do mundo. O que aprendemos nesta última destrói todas as ideias das duas primeiras". Disse tudo, Montesquieu!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

TEDxCampos - parte 2

No outro post sobre o o TEDxCampos só foram fotos e tal, agora deixo minha breve impressão do evento. E escolha do lugar foi acertada, Campos do Jordão, no Grande Hotel Senac, que também possui uma escola de gastronomia. Poderia ter sido em Águas de São Pedro, eis que é uma cidade menos concorrida. Desde logo senti uma dificuldade em encontrar lugar para ficar. Isso sem mencionar que era final de semana dos dias dos namorados. Era praticamente impossível encontrar um lugar para ficar somente uma noite e o preço era mais alto do que a média. Mesmo assim fui, sem saber onde iria dormir e como iria voltar. Combinei com o Vinicius que também foi selecionado e a Mariana, coordenadora do curso de gastronomia. Resumindo essa parte, deu tudo certo, no final das contas achei um lugar para ficar e a volta foi tranquila. Parei em São Paulo e depois voltei para Águas de São Pedro. 

A organização do evento estava boa, nos receberam, nos deram uma pulserinha (daquelas de shows e boates, sabe?) e fomos para o hotel. Lá, nos encaminharam para o auditório, onde recebemos uns brindes e esperamos o começo das palestras. Para quem não sabe TED é um evento que começou em meados da década de 90 em Monterrey, Califórnia, como uma série de palestras em um dia somente e de periodicidade anual. O objetivo era juntar várias pessoas para espalhar suas idéias. Por lá passaram desde Bill Clinton até ganhadores do Prêmio Nobel.  Mais informações aqui. A partir disso este formato foi replicado ao longo do globo terrestre com o nome TEDx, pois eram eventos independentes (daí o "x"). "Espalhando boas idéias", esse é o mote do evento. Desta vez o mote foi "Alimentando boas idéias", pois o tema foi gastronomia. Foram 16 pessoas convidadas a palestrar. Eis o site do evento: www.tedxcampos.com.br. Mas voltando aos palestrantes, seguem os nomes: Vitor Sobral, João Corbisier, Paulo Tiefenthaler, Juliana Motter, Carmen Correia, G. Gavin, Rony Cácio, Marcelo Fernandes, Luciana Quintão, Cláudia Mattos, Laura de Santi Sprada, Flávia Quaresma, José Barattino, os irmãos Rubino, Marcelo Traldi e Simone Mattar. Mestre de cerimônias foi o crítico gastronômico Josimar Melo. A platéia era de cerca de 130 pessoas, das mais variadas procedências, cozinheiros, professores, blogueiros, jornalistas, estudantes e por aí vai. Além disso o evento contou com a apresentação de dois músicos: Fabiana Cozza e Wilson Simoninha. Cada um falou cerca de 20 minutos sobre suas experiências, vidas, trabalhos que desenvolvem, tudo relacionado a gastronomia. 

Os trabalhos foram iniciados pelo Alexandre Franzolim, acho que foi ele quem organizou boa parte do evento (se estiver errado alguém me corrija ou complemente a informação). De tudo que vi, percebi que a bola da vez é a slow food, pois em quase todas as palestras, o assunto da comida saudável, justa e saborosa era trazido a baila. Nos próximos posts escreverei mais sobre isso. Aguardem.

Mamma Liberatta

O molho mamma liberatta lentamente torna-se o estandarte da Culinária Afetiva. Volta e meia está presente nas panelas, seja em sua versão original, seja com modificações, o que faz parte do conceito afetivo. Repito que não tem como reproduzir a sensação que meu amigo Julian Irusta tinha ao comer o molho preparado pelo pai dele. Lembro-me de que comentei com minha analista, que trabalhou com o Norberto, pai do Julian, e suspirou dizendo: "Ah, o molho mamma liberatta!", assim que contei que fiz um evento no ano passado e fiz o molho. Mas tudo isso é para mostrar uma foto de produção recente. Talharim caseiro com molho mamma liberatta.
A receita dá para duas pessoas e é simples. 200 gr de farinha, dois ovos e sal. Misturar tudo muito bem, sovar um pouco (10min) e deixar descansar por meia hora e abrir a massa. Daí é só enrolar e cortar em tiras. A receita do molho está aqui. Nota, eu diminiria pela metade a quantidade de cenoura, no mais o molho é perfeito!

Ambigrama